quarta-feira, 27 de abril de 2011


Previsões sobre obras do Fielzão são um show de desencontros

A 37 meses da Copa, construção da arena não saiu do papel, mas rende inúmeras informações imprecisas

Bruno Winckler, iG São Paulo

Foto: Gazeta Press Ampliar
Vista do terreno onde será erguido o estádio do Corinthians

Janeiro, fevereiro, março, abril, maio e agora junho. Obedientes ao calendário, dirigentes do Corinthians, políticos e integrantes do Comitê Local da Copa de 2014 protagonizaram nos últimos meses um festival de encontros, desencontros e falta de informação a respeito do estádio que deve abrigar a primeira partida da Copa de 2014.
O estádio do Corinthians, em Itaquera, chegou a ter o início das obras anunciado para dezembro de 2010. Até agora, nada...
Pouco compromissados e rodeando problemas pontuais do terreno de Itaquera, como os dutos da Petrobrás enterrados no local, os dirigentes que tratam da burocracia necessária para fazer a arena sair do papel deram as mais variadas datas para o início das obras da sonhada arena corintiana, lançada oficialmente no dia 1º de setembro de 2010.
Andrés Sanchez, presidente corintiano ainda em dezembro de 2010, prometia as obras para janeiro. “No mais tardar no dia 15 de janeiro a gente vai ter tudo direitinho”, disse Sanchez em evento da "TV Gazeta", após o final do Campeonato Brasileiro.
O fatídico dia 15 de janeiro passou e nada de as obras começaram. Nada mudou desde então no terreno de 200 mil metros quadrados em Itaquera. O que não mudou foram os prazos jogados no ar pelos cartolas e as autoridades. Orlando Silva, ministro dos Esportes, em março, disse que em abril as obras começariam.
“O estádio do Corinthians vai sair”, disse Silva, no dia 15 do mês passado. Abril caminha para seu fim e a única constatação é de que mais uma vez uma previsão dada a esmo por um dirigente não será cumprida. Até o dia universal da mentira, o 1º de abril, não passou incólume por até bem-humoradas declarações de Andrés Sanchez. “Tem gente que fala que estádio é sonho, que vai sair no 1º de abril, e eu já estou até acreditando que é mentira”, disse, irônico, o presidente corintiano, em março.

Foto: Divulgação/Werner Sobek
Imagem do Fielzão, mostrando como será a cobertura do estádio

Maio começa neste domingo, e com ele mais um prognóstico para o início das obras. Desta vez, Luís Paulo Rosenberg, diretor de marketing do Corinthians que conduz as negociações sobre o estádio, declarou no dia 15 de abril descartava que o estádio possa ser usado na Copa das Confederações, em 2013, mas afirmou que “nada impediria o início das obras para a primeira quinzena de maio”. Como não poderia deixar de ser, mais uma vez a teoria não se confirmou na prática.
Nesta terça-feira, Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo, nem esperou maio chegar para jogar essa previsão para junho. Nos quase 40 dias até o sexto mês do ano, Kassab espera que um termo de conduta alinhavado entre o Corinthians e o Ministério Público Estadual quanto à utilização do terreno, que é da prefeitura, seja assinado entre as partes.

Este seria o único empecilho que impediria o início das obras. Kassab até contrariou previsão corintiana e
colocou a arena que não saiu do papel como provável palco paulistano para a Copa das Confederações, em 2013.

Fato é que em junho faltarão 36 meses para a Copa. E a previsão inicial de duração das obras sempre foi de 30 meses. Após vários adiamentos quanto ao início das obras, não seria demais acreditar que as obras também não transcorrerão dentro do prazo estipulado.
“São 30 meses de construção, mas tem os 10% de tempo a ser considerado para alguma eventualidade. Pode chegar a uns 33 meses”, disse Jorge Pagura, secretário estadual de esportes de São Paulo em recente visita ao CT do Corinthians.

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